Certificações impulsionam agricultura mais sustentável e competitiva
Adotar práticas sustentáveis no agronegócio é cada vez mais urgente. Nesse cenário, as certificações agrícolas emergem como ferramentas essenciais para produtores rurais que desejam atingir esse propósito, já que não apenas garantem a sustentabilidade ambiental e social, mas também aumentam a competitividade e a rentabilidade dos produtos no mercado global. Entre as verificações mais relevantes, destaca-se o Programa 3S, uma iniciativa da Cargill que vem transformando a forma como a agricultura é conduzida no Brasil.
Criado em 2010, o programa, que também está presente na Argentina e no Paraguai, tem como objetivo o melhoramento contínuo focado na sustentabilidade das fazendas, apoiando os produtores na evolução de seus indicadores sociais, ambientais e produtivos. Segundo Vitoria Saladini, coordenadora de Sustentabilidade para o Negócio Agrícola da Cargill na América do Sul , a verificação criada pela companhia engloba soja, milho, algodão e canola e reforça o seu compromisso em contribuir com uma cadeia produtiva livre de desmatamento e mais sustentável. “Em cinco anos, o programa cresceu oito vezes em tamanho, incentivando a implementação de práticas sustentáveis na agricultura e o engajamento dos produtores rurais”, diz.
No Brasil, ao longo da safra 2022/2023, 350 fazendas participaram do Programa 3S, abrangendo uma área agrícola de mais de 800 mil hectares em oito estados brasileiros: Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e Pará. As fazendas aprovadas pelo programa, recebem um prêmio pelo volume comercializado pela Cargill. Esse ano, o valor será pago para 253 fazendas como reconhecimento aos produtores pelo compromisso com uma produção cada vez mais sustentável.
Diagnóstico e acompanhamento técnico
A partir de visitas regulares e assistência técnica de implementadores de campo como o Instituto BioSistêmico (IBS) e a empresa Produzindo Certo, o Programa 3S verifica cinco principais pontos: uso sustentável do solo, boas práticas agrícolas, relações com a comunidade e direitos humanos, melhoramento contínuo e emissão de gases de efeito estufa. Graças a seus resultados, o projeto foi reconhecido pela European Compound Feed Manufacturers’ Federation (FEFAC), entidade que representa associações nacionais de ração animal em 24 Estados-membro da União Europeia, e também pela norma SAI/FSA, em que alcançou o nível Prata, sendo o primeiro do setor de soja da América do Sul a atingir esse marco.
A FSA (Farm Sustainability Assessment), pertencente à plataforma SAI (Sustainable Agriculture Initiative), é uma importante ferramenta da indústria de alimentos e bebidas para impulsionar a sustentabilidade agrícola e abordar questões como conformidade com a legislação ambiental e social, boas práticas agrícolas e bem-estar dos trabalhadores.
“O processo da FSA 3.0 envolve uma pontuação em 109 perguntas, além de uma verificação de consistência por um especialista independente aprovado pela plataforma SAI. A partir dessa referência, é possível avaliar o nível de sustentabilidade nas fazendas e estabelecer uma comparação entre os padrões existentes”, explica Saladini.
No 3S, as áreas produtoras passam por um diagnóstico e recebem um acompanhamento técnico especializado para desenvolvimento de um plano de ação que busca a melhoria contínua das propriedades assistidas, com foco na sustentabilidade da produção. “Agora, o programa está apto a fornecer a seus clientes soja, milho, canola e algodão, com equivalência à norma FSA Prata, garantindo assim maior acesso desses insumos aos mercados e clientes mais exigentes”, acrescenta Saladini.
Share this content: