Comida estragada a bordo: o que a companhia aérea deve fazer em casos de mal-estar?
Como você reagiria ao ver um passageiro passando mal durante uma viagem de avião, a milhares de metros do chão? Talvez você não saiba, mas as companhias aéreas têm procedimentos definidos para esse tipo de situação.
Nesta quarta-feira, por exemplo, uma aeronave com 277 passageiros fez um pouso não programado em Nova York, nos Estados Unidos, após algumas pessoas consumirem alimentos estragados a bordo.
O avião havia decolado de Detroit rumo a Amsterdã, mas teve o percurso alterado ao identificarem que uma parte do serviço de refeições a bordo da cabine principal estava estragada.
Equipes de emergência médica atenderam o voo e trataram 12 passageiros, segundo o Corpo de Bombeiros de Nova York.
Mas a mudança de rota não é a única opção que as companhias aéreas têm em situações adversas. Abaixo, veja quais são os procedimentos para passageiros em casos de mal-estar ou até óbito durante voos:
- O que a companhia deve fazer?
- O avião deve pousar?
- Tem como prevenir?
- O que acontece em caso de óbito?
O que a companhia deve fazer?
Quando alguém passa mal durante um voo comercial, a primeira reação dos comissários será perguntar se entre os passageiros há algum médico.
O profissional da saúde deverá se apresentar por causa do seu código de ética. Se ele não fizer isso, pode ser punido caso alguém saiba que ele é médico e que decidiu não prestar socorro, explica a presidente do Comitê de Medicina Aeroepacial da Associação Paulista de Medicina, Rozania Sobreira.
A partir daí, o paciente é levado ao galley, espaço onde os comissários servem os lanches, que consegue comportar a aplicação dos procedimentos necessários.
Todos os voos têm uma caixa que só pode ser aberta por médicos. Nela, há medicamentos e equipamentos que permitem tratamentos mais invasivos, como a intubação.
Há ainda uma segunda caixa, que pode ser aberta por outros profissionais da saúde, como enfermeiros, e pelos comissários. Ela contém outros tipos de itens, curativos e medidor de pressão, por exemplo.
Mas nem todo voo vai ter um passageiro que trabalhe na área da saúde, por isso a função dos comissários vai muito além de servir lanches, diz Rozania. Todos possuem um treinamento para aplicar primeiros socorros, como a realização de massagem cardíaca.
Além dessas medidas, em voos mais longos, algumas companhias aéreas oferecem assessoramento remoto de médicos especializados em medicina aeroespacial, para o atendimento de quando alguém passa mal a bordo. A equipe dará orientações à tripulação de como o passageiro deve ser tratado.
O avião deve pousar?
O comandante é a autoridade máxima de voo e cabe a ele tomar essa decisão. diz que o médico do atendimento pode orientar se o caso exige o pouso, mas que não pode determinar.
Ela explica que a razão disso é porque pousar fora do planejamento pode trazer riscos para todos os passageiros e um estresse para a tripulação, agravando a possibilidade de acidentes se o tanque de combustível ainda estiver cheio – deixando o avião mais pesado e com mais riscos de bater no chão com força e ser danificado – e o aeroporto mais perto não tiver a estrutura adequada.
Em alguns casos, o comandante pode baixar a altitude do voo, indo de 8 mil pés a 6 mil, isso faz com que a pressão do ar diminua, melhorando a qualidade do oxigênio no ambiente. Isso porque é que neste momento a cabine muda as características em relação a pressurização.
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