Tecnologia devolve fala à paciente de ELA; entenda

Tecnologia devolve fala à paciente de ELA; entenda

Uma nova interface cérebro-computador (ICC) desenvolvida na UC Davis Health, nos Estados Unidos, traduz sinais cerebrais em fala com até 97% de precisão — o sistema mais preciso do gênero. Um estudo sobre o experimento foi publicado no jornal New England Journal of Medicine e relata o implante de sensores em um homem com expressão vocal extremamente prejudicada devido à esclerose lateral amiotrófica (ELA). 

A ELA, também conhecida como doença de Lou Gehrig, afeta as células nervosas que controlam o movimento por todo o corpo. A doença leva a uma perda gradual da capacidade de ficar de pé, andar e usar as mãos. Também pode fazer com que uma pessoa perca o controle dos músculos usados para falar, levando à perda da fala compreensível.

A nova tecnologia está sendo desenvolvida para restaurar a comunicação de pessoas que não conseguem falar devido à paralisia ou a condições neurológicas como a ELA. Ela pode interpretar sinais cerebrais quando o usuário tenta se expressar verbalmente, e transformá-los em texto, que é “falado” em voz alta pelo computador.

Para desenvolver o sistema, a equipe inscreveu Casey Harrell, 45 anos e paciente de ELA, no ensaio clínico. Harrell tinha fraqueza nos braços e pernas (tetraparesia). Sua fala era muito difícil de entender (disartria). Em junho de 2023, ele implantou o dispositivo. Foram colocados quatro conjuntos de 256 microeletrodos no giro pré-central esquerdo, uma região do cérebro responsável pela coordenação da fala. 

Na primeira sessão de treinamento, o sistema levou 30 minutos para atingir 99,6% de precisão de palavras com um vocabulário de 50 palavras. “Nossa tecnologia ajudou um homem com paralisia a se comunicar com amigos, familiares e cuidadores”, comemorou o neurocirurgião da UC Davis, David Brandman. Ainda é preciso aprimorar a interface e testá-la em mais pessoas. 

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