A Selic vai mesmo subir? O Brasil não tem mais jeito? Dois fatos sobre os juros e um sobre a economia na visão dos chefões dos grandes bancos
Desde que o diretor de Política Monetária do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, disse que todas as opções sobre os juros estavam na mesa — o que incluiria o aumento da Selic nas próximas reuniões do Copom — os investidores brasileiros passaram a olhar os dados da economia com lupa.
O cenário ficou ainda mais nebuloso para alguns após o sinal verde que o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, deu para o início do ciclo de corte de juros nos Estados Unidos a partir de setembro.
Mas, para o CEO do Santander Brasil não há motivos para pânico. Na avaliação de Mario Leão, o Brasil tem um potencial enorme de atração de capital internacional com o afrouxamento monetário do Fed, que pode começar no mês que vem.
Leão ressaltou que parte do mercado vê o Fed cortando juros enquanto o BC vai subir a Selic, mas a visão no banco espanhol é que isso não será preciso no Brasil: “Não é nosso cenário base uma alta de juros pelo BC.”
O presidente do Santander Brasil ainda se mostrou otimista com o futuro do Brasil e disse que o Produto Interno Bruto (PIB) pode novamente superar as expectativas de crescimento desenhadas no início do ano.
“Estamos otimistas com o futuro e com o que podemos construir juntos, construindo esse mercado e a economia que vai crescer novamente acima do que se esperava no começo do ano, como foi no ano passado e no anterior”, disse Leão.
Após a fala de Leão, o CEO global do Grupo Santander, Héctor Grisi, fez rápido discurso no evento, ressaltando também estar otimista com o Brasil.
“Somos o número 1, 2 ou 3 em cada mercado e temos ao menos 10% de cada mercado que participamos”, disse o executivo ao falar da América Latina.
“O potencial de fluxo para o Brasil é enorme”, disse Leão, em debate durante evento do Santander, que reuniu também o presidente do BTG Pactual, Roberto Sallouti.
O presidente do Santander disse que o Brasil está muito sublocado nas carteiras dos investidores internacionais. Portanto, pode voltar ao radar, na medida em que as coisas no mercado interno se acertaram, após uns meses tumultuados na primeira metade de 2024.
“Dados recentes mostram uma economia sólida”, afirmou Leão.
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