Tecnologia demais frusta motoristas, segundo JD Power
Mais tecnologia não necessariamente significa uma melhora na experiência de dirigir, segundo último estudo do JD Power. O levantamento, que se concentrou na experiência do usuário com tecnologias avançadas de veículos conforme elas chegam ao mercado, descobriu que embora os proprietários elogiem alguns recursos avançados, outros são considerados sem utilidade.
Tecnologias baseadas em IA (Inteligência Artificial) para ar-condicionado ganharam popularidade, mas tecnologias de reconhecimento facial e impressão digital caíram em desuso por tentar, sem sucesso, resolver problemas que os consumidores não tinham. Os controles por gesto, por exemplo, registraram uma pontuação de 43,4 a cada 100 veículos. Ou seja: 43,4% dos usuários tiveram problemas com essa função. Fora isso, 21% dos proprietários dizem não haver funcionalidade nesses recursos.
Os motoristas ainda preferem tecnologia prática
Apesar da crescente disponibilidade de sistemas avançados de assistência ao motorista (ADAS), muitos proprietários permanecem indiferentes ao seu valor. A maioria dos proprietários aprecia recursos que abordam diretamente preocupações específicas, como sensores de pontos cegos ao dar marcha ré.
No entanto, outros recursos ADAS geralmente ficam aquém, com os proprietários se sentindo capazes de lidar com tarefas sem eles. Isso é particularmente evidente com as assistências ao dirigir, já que os assistentes de condução semi-autônomos que exigem manter as mão no volante estão entre as tecnologias ADAS com menor classificação, com uma pontuação de utilidade percebida baixa (7,61 em uma escala de 10 pontos).
A versão mais avançada e sem as mãos ao volante dessa tecnologia não altera significativamente a experiência do usuário, conforme indicado por uma pontuação de utilidade de 7,98, que pode ser atribuída ao recurso não resolver um problema real.
Proprietários não vêem valor nas telas para passageiros
As montadoras estão expandindo sua oferta de veículos que contêm uma tela de exibição para os passageiros, apesar de o recurso ser classificado como “desnecessário” pelos proprietários de veículos. A tecnologia é avaliada negativamente por muitos proprietários que apontam problemas de usabilidade.
Talvez a tecnologia fosse vista de forma mais favorável se o banco do passageiro dianteiro fosse usado com mais frequência, mas apenas 10% dos veículos transportam passageiros do banco dianteiro diariamente. Além disso, a adição de uma segunda tela aumenta a complexidade do processo de entrega do veículo, pois é difícil para os revendedores ensinarem os novos proprietários a usar a tela principal das centrais multimídias, muito menos uma segunda.
A Tesla pode estar perdendo sua vantagem tecnológica: Historicamente, os proprietários da Tesla expressam grande entusiasmo pela tecnologia da marca e classificaram seus veículos positivamente, muitas vezes ignorando as preocupações com a qualidade. No entanto, à medida que a base de clientes da Tesla se expande além dos primeiros usuários entusiasmados por tecnologia, essa tendência está diminuindo, pois os resultados deste ano mostram uma mudança para menor satisfação em algumas tecnologias problemáticas, como monitoramento de fadiga do motorista (pontuação de 7,65).
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