Como o La Niña pode afetar a agricultura e a pesca no Brasil?

Como o La Niña pode afetar a agricultura e a pesca no Brasil?

Ele está chegando. O La Niña, fenômeno climático caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico, deve retornar ao Brasil a partir de setembro trazendo preocupação ao agronegócio. Marcado pelas variações na temperatura e na distribuição de chuvas, o evento extremo pode prejudicar as plantações e até mesmo setores como a pesca. Estima-se que as produções agrícola e pecuária em todo o mundo tenham sofrido perdas de US$ 3,8 trilhões nos últimos 30 anos por conta das alterações climáticas.

No Brasil, os impactos variam ao longo do território. Nas regiões Sul e Sudeste, por exemplo, observa-se um cenário de estiagem que afeta as culturas de soja, atrasando o plantio e retardando a colheita dos grãos. Já nas regiões Norte e Nordeste, o índice de chuva aumenta exponencialmente, causando inundações e consequentes perdas. Podem-se criar, inclusive, condições favoráveis para a proliferação de doenças e pragas.

Na pesca, o fenômeno pode modificar as temperaturas da água, afetando a distribuição e o comportamento das espécies marinhas. Essas mudanças podem impactar a abundância e a captura de determinados pescados, afetando o abastecimento.

Um levantamento da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) mostrou o impacto econômico das perdas na agricultura e na pecuária por conta dos eventos climáticos extremos. Intitulado “O Impacto dos Desastres na Agricultura e na Segurança Alimentar”, o estudo revela que os US$ 3,8 trilhões perdidos nos últimos 30 anos equivalem a uma perda média de US$ 123 bilhões por ano ou 5% do produto interno bruto agrícola global anual.

O relatório destaca que o número de catástrofes anuais aumentou de cem, na década de 1970, para cerca de 400 em todo o mundo nos últimos 20 anos. Além de aumentarem em frequência, intensidade e complexidade, estima-se que seus impactos sejam cada vez piores. Nas últimas três décadas, as perdas de cereais atingiram, em média, 69 milhões de toneladas por ano.

Monitoramento e prevenção

Monitorar e analisar os modelos de previsão climática reduz os impactos do La Niña. Uma das ações recomendadas aos produtores rurais é o investimento na gestão hídrica. Técnicas de diversificação também ajudam a aumentar a resiliência dos sistemas produtivos.

O seguro agrícola é uma ferramenta de gestão de riscos eficiente para investir em soluções que reduzam o impacto dos fenômenos climáticos nas propriedades. O Bradesco tem uma linha de seguro de equipamentos rurais em que o agricultor conta com a proteção para perdas ou danos materiais causados por quaisquer acidentes de causa externa.

E-agro, marketplace criado pelo Bradesco para o agro, também oferece soluções de crédito para ferramentas de gestão e sustentabilidade. Nela, o produtor pode contratar e simular linhas de crédito agrícola e pecuário para investir em inovações que permitam adequá-lo às transformações necessárias. A contratação de crédito ou a compra de produtos são feitas 100% online, de maneira totalmente segura. E, em caso de dúvidas, assistentes virtuais 24 horas por dia ou atendentes online via chat estão à disposição.

Tecnologia para mitigação de riscos

Além das estratégias de mitigação, o uso de dados e tecnologias avançadas para aperfeiçoar as operações agrícolas auxilia na tomada de decisões sobre o uso de recursos naturais. Como a inteligência artificial (IA), que é capaz de processar e analisar os dados coletados nas propriedades e gerar previsões precisas sobre a formação e o impacto do fenômeno.

O acompanhamento em tempo real do La Niña também permite a identificação de padrões e uma pronta resposta eficaz. Esse acompanhamento pode ser feito por meio de sensores e satélites ou supercomputadores capazes de interpretar grandes volumes de dados climáticos.

Infraestrutura resiliente

Práticas de manejo sustentável que aumentem a resiliência das lavouras são essenciais. No caso da infraestrutura, é viável investir em sistemas automatizados que ajustam o fluxo de água com base nas previsões de chuva. Outros exemplos são as estufas inteligentes e sistemas de irrigação eficientes para lidar com secas prolongadas.

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