Adeus, Velho Lobo
Estive com Zagallo, a lenda do futebol brasileiro, em duas ocasiões: no lançamento de um livro meu em Goiânia; façanha do melhor amigo que tive no futebol, o ex-presidente da Federação Goiana, Wilson da Silveira; e na casa dele na Barra, no Rio de Janeiro, onde fui recebido por ele e seu filho, Paulo Zagallo, com muita alegria.
Confesso que senti um frio na barriga ao levantar os olhos e ver que diante de mim estavam dois campeões mundiais, Zagallo e Parreira. Esperavam pacientemente na fila dos autógrafos, no caso, dos meus para eles. Pode uma coisa dessa?
Conversamos sobre o futebol goiano. A história do Goiás Esporte Clube ter sido fundado embaixo de um poste de energia, desses de aroeira que não acabam nunca; do Vila Nova e sua torcida fenomenal e dos grandes jogadores do nosso Estado.
Alguns anos depois, creio que em 2005, fui a casa dele colher um depoimento para um documentário. Zagallo me recebeu atenciosamente e dedicou pelo menos uns 50 minutos daquela tarde de outubro para conversar comigo e o Hermórgenes Abreu.
A vida do alagoano Mário Jorge Lobo Zagallo é um roteiro do que somos no futebol. Ele viveu os nossos títulos. O “Velho Lobo” foi o único tetracampeão do mundo. Ganhou duas Copas como jogador: a de 1958, na Suécia, e a de 1962, no Chile. Uma como treinador, de 1970, no México, e outra, de 1994, como coordenador técnico. Ainda treinou o Brasil nas Copas de 1974, na Alemanha Ocidental (quarto lugar); de 1998, na França (vice-campeão), e de 2006, na Alemanha (quinto lugar), como assistente técnico.
O Brasil perde hoje (6) uma de suas referências. Uma das maiores lendas do futebol, o “Velho Lobo”. Ficam aqui as melhores lembranças de um campeão.
Cristiano Silva
Editor
G24H
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