Maio Furta Cor alerta para cuidados com a saúde mental na maternidade
O mês de maio é dedicado às mães e, na saúde, não é diferente. Denominado de Maio Furta Cor, o mês é reservado para tratar da saúde mental materna. De acordo com pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), uma a cada cinco mulheres brasileiras sofre com depressão pós-parto, no período de 6 a 18 meses do bebê.
Em panorama mundial, dados apontam que o sofrimento mental materno pode ser tão intenso a ponto de causar suicídio, sendo uma das principais causas de morte de mulheres no primeiro ano de vida após o parto. “Estudos mundiais estimam que 3,7 mulheres cometem suicídio no pós-parto a cada 100.000 nascidos vivos”, explica a psicóloga e membro do Grupo Condutor Distrital da Rede de Atenção Psicossocial (GCDRAPS), Carolina Leão.
Entre a gestação e o primeiro ano de vida do bebê, a mãe fica dez vezes mais suscetível a desenvolver algum tipo de transtorno mental. A saúde mental materna também é abalada em razão de alterações hormonais, da jornada extenuante para equilibrar o contexto familiar e profissional, ou por intercorrências no parto, perdas gestacionais, prematuridade, entre outras questões.
Andra Luzia Soares, 32 anos, jamais esperava que teria de cuidar da sua pequena Maitê por três meses em uma Unidade de Cuidado Neonatal. Devido a um quadro de pré-eclâmpsia, a bebê nasceu prematura e precisou de internação. “No começo, tive muita dificuldade de aceitar, porque planejei muitas coisas para a minha gravidez. De repente, você vê tudo aquilo indo por água abaixo e você fica desestruturada”, relata.
Com o acompanhamento neonatal realizado no Hospital Regional de Sobradinho (HRS), Andra conseguiu superar o momento e cuidar da filha. “Conforme os dias foram passando, entendi que tinha de aceitar a situação que estava vivendo para cuidar dela e cuidar de mim, além de vivenciar o momento. Nenhuma mãe se prepara para ter seu filho antes da hora, mas acontece”, conta.
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